domingo, 22 de novembro de 2015

Como dizer NÃO ao nossos filhos







Como dizer NÃO ao nossos filhos

Amamos nossos filhos incondicionalmente. E é claro que queremos demonstrar sempre isso... até que chega a hora de dizer não a eles.
Ouvimos sempre falar que dizer não ao filho é também uma demonstração de amor, até mais importante que o sim… Mas como dói! Sim, vamos ser sinceros: dói mais na gente do que neles! É muito “ não”... "não suba aí!"; "não corra assim!"; "não coma besteiras!"; "não se jogue do sofá!"... (risos)
Além disso, tem os pedidos negados: a gente sai pra comprar pão, passa por uma loja e... " mãe, quero essa boneca!" não pode, filha. Vamos ao médico, passamos por outra loja e ... "mãe, quero esse carro pra eu andar nele!"... Você olha aquele carro, que é quase uma réplica perfeita de um carro zero (inclusive o preço)... e lá vem outro doloroso e delicado: não
Mas qual a melhor forma de dizer o tão temido não? Qual a importância disso? Quando saberemos que não estamos magoando?
Bem, acredito que a melhor forma de dizer é sempre explicando o motivo e dialogando. Mas como tudo na vida: não existe uma formula exata, nem manual de instruções. Então como viveríamos sem lhes dizer não, se por toda vida eles terão que ouvir isso?
Não é verdade que estamos preparando os filhos para a vida lá fora? Então é esse o ponto! Estamos preparando para a “ vida real” , onde não terão tudo o que querem e nem tudo será como querem. Faz parte do crescimento, do amadurecimento.
Imaginem como seria um adulto que não sabe ouvir um não... Vai a uma entrevista e ouve: "você não se enquadra no perfil que procuramos". O adulto se joga no chão e começa a fazer birra ou entra em depressão profunda? Ou então, o adulto está dirigindo apressado; lê uma placa: "não ultrapasse". Mas ele quer ultrapassar, está com pressa...Isso seria terrível, não é mesmo?!
A vida é assim: cheia de limites; de frustrações, repleta de nãos. É melhor que nossos pequeninos aprendam a ouvir agora, de nós, enquanto o não é mais suave e cheio de amor e de explicações…
(Confissões de Mãe, por Bia de Carle)


Bia de Carle e sua filha Manuela, de 2 anos.













quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Falando sério...Vamos Brincar?




Falando sério...Vamos Brincar?


Já não é novidade o fascínio que tenho pela Educação Infantil...Muito tenho aprendido com meus pequenos, e com um prazer enorme venho compartilhando minhas experiências.
As queixas são inúmeras após a aula: “ela não aprende nada”; “Juquinha não fez nada hoje.”; “Aninha não comeu e não tomou banho” “ele só vai pra escola brincar”... Mas falando sério, por que é importante brincar?
Atividades comuns nas classes de Educação Infantil ainda são questionadas sobre sua importância. Mas qual será a utilidade do “faz de conta” para as crianças, e daquelas cantigas que ficam grudadas em nossos ouvidos o dia inteiro? Vamos tentar responder a algumas dessas perguntas...
As crianças tendem a sentir mais interesse em participar das atividades que despertem liberdade e prazer, pois colocam em prática tudo aquilo que estão aprendendo. Assim, quando as crianças brincam de faz de conta, por exemplo, elas assumem diferentes papeis e aprendem a resolver conflitos reais, desenvolvem a autonomia e a linguagem oral e gestual.
As rodinhas musicais são importantes porque desenvolvem a observação, a atenção, o equilíbrio e a coordenação. Ao manusearem livros e revistas estão entrando em contato com diversos gêneros textuais, ampliando repertório de letras e o vocabulário. E quando “rabiscam” estão estimulando a escrita espontânea.
Momentos de interação com o grupo e de movimentação corporal são necessários para construção do conhecimento, criação de regras, desenvolvimento da espontaneidade, liberdade, criação e imaginação.
Antigamente, as instituições que atendiam essa faixa etária de crianças ofereciam um atendimento mais assistencialista do que educacional. Hoje, com o respaldo legal na LDB, em seu artigo 29, “A Educação infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança...” (LDB/9394, art. 29)¹.
Desta forma, o trabalho que deve ser realizado nas instituições de Educação Infantil é o de atender a todas as necessidades das crianças: físicas, psicológicas, intelectual e social.
Segundo Vygotsky (1998)², no processo de aprendizagem é importante a interação social entre o individuo e seus mediadores, como a família e os docentes. É necessário que as crianças se apropriem de outras culturas, para que ocorra a aprendizagem. E isso é um processo contínuo.
O papel do Professor é o de mediar as relações entre as crianças e os diversos universos culturais nos quais elas interagem. O professor não é responsável apenas por fazer a higiene e auxiliar na alimentação das crianças que estão sob sua responsabilidade. Assim como o papel da família também não se restringe a matricular a criança na escola, mas acompanhar e participar ativamente do processo educativo.
Por tudo isso, é surpreendente perceber que algumas pessoas ainda não modificaram sua forma de ver a Educação Infantil. Costumo presenciar famílias preocupadas somente com alimentação e higiene; e professores empenhados em ensinar a ler e escrever. E entre ambos o esquecimento daquilo que é importante: o desenvolvimento físico e emocional da criança, sem desconsiderar sua cultura, seu ritmo de aprendizagem e sua auto-estima.
A visão sobre a Educação Infantil tem mudado bastante, porém não como gostaríamos, infelizmente. No entanto, seguimos em frente com muito otimismo, pois as pequenas mudanças obtidas se manifestam positivamente na vida dos pequenos.


Abraços e até a próxima.
Valdilene de Carle





¹ BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases nº. 9.394, de 20 de Agosto de 1996. Brasília.
² VYGOTSKY, Lev. S. A Formação Social da Mente: O desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores. 6º ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.